Independência da América Latina 

Origem 

A independência da América Latina foi um movimento político e social que visava a emancipação das colônias espanholas do domínio da Espanha, ocorrido principalmente entre 1808 e 1826, resultando na formação de nações soberanas na América Latina. Esse processo foi marcado por lutas armadas, revoluções e mudanças significativas nas estruturas políticas e sociais. 


Antecedentes históricos:


Influência do Iluminismo 

As ideias iluministas do século XVIII, com ênfase na razão, liberdade, igualdade e direitos naturais, inspiraram muitos líderes latino-americanos. Filósofos como John Locke, Montesquieu, Voltaire e Rousseau forneceram as bases teóricas para questionar a legitimidade do domínio colonial.

Revoluções Americana e Francesa

A Revolução Americana (1776) e a Revolução Francesa (1789) serviram de exemplo e inspiração para os movimentos independentes na América Latina. Esses eventos demonstraram que era possível derrubar monarquias absolutistas e estabelecer governos baseados em princípios de liberdade e igualdade.

Desigualdades Sociais e Econômicas - Descontentamento Colonial

O sistema colonial imposto pelas potências europeias, principalmente Espanha e Portugal, gerava grande insatisfação entre os colonos. A exploração econômica, a falta de representação política e os privilégios concedidos às classes superiores criaram um ambiente de crescente descontentamento, principlamente entre os crioulos (descendentes de europeus nascidos na América).

Declínio do Poder Espanhol - Bloqueio Continental

O Bloqueio Continental, imposto por Napoleão Bonaparte, teve uma influência significativa nos movimentos de independência da América Latina. A invasão napoleônica da Península Ibérica enfraqueceu substancialmente a Espanha, criando um cenário de instabilidade que as colônias aproveitaram para buscar sua autonomia. Esse contexto de fragilidade e crise na metrópole foi crucial para o desenvolvimento das ideias de independência e a organização de movimentos revolucionários na América colonial. 

Administração Colonial  Espanhola 

Processo de Independência

O processo de independência da América Espanhola é comumente organizado em duas empreitadas revolucionárias: a Revolução Malograda (1810-1814) e a Revolução Vitoriosa (1817-1825).

Revolução Malograda

O termo "malogrado" significa "aquilo que foi malsucedido", então essa primeira fase das tentativas de independência fracassou. Três principais movimentos compõem essa fase do processo de independência da América Espanhola: 

México (1810 a 1813): levante indígena chefiado por dois padres espanhóis - Miguel Hidalgo e José María Morelos - pretendia o fim da servidão indígena, a igualdade entre os cidadãos e a independência. Como ameaçou a própria estrutura social colonial, foi sufocado pela união de criollos e chapetones.

Venezuela (1811 a 1813): movimento por independência liderado pelos criollos Francisco Miranda e Simón Bolívar. Chegam a organizar tropas e proclamar a independência, mas foram derrotados por tropas do exército espanhol.

Paraguai (1811): por ser uma região periférica e distante do controle espanhol, foi o único movimento da época a obter êxito.

Revolução Vitoriosa

A Revolução Vitoriosa (1817-1825) foi um movimento organizado e pensado pela elite criolla, sob a liderança de Simón Bolívar e José de San Martin. O movimento atinge as províncias espanholas que correspondem aos atuais Argentina, Venezuela, Peru, Bolívia, Equador e Colômbia. 

Venezuela: liderada por Simón Bolívar (1783-1830), a independência venezuelana foi conquistada após uma série de campanhas militares, incluindo a famosa Batalha de Carabobo, em 1821.

Argentina: liderada por figuras como José de San Martín (1778-1850), a Argentina alcançou sua independência após uma série de batalhas, incluindo a histórica Batalha de Maipú, em 1818.

México: o processo de independência mexicana começou com o famoso Grito de Dolores, em 1810, liderado por Miguel Hidalgo (1753-1811). A independência foi finalmente conquistada em 1821.

Chile: comandado por Bernardo O'Higgins (1778-1842) e José de San Martín, o Chile obteve sua independência após a vitória na Batalha de Chacabuco, em 1817.


Principais Líderes

Simón Bolívar: Conhecido como "O Libertador", liderou a independência de vários países, incluindo Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Era defensor de uma unidade de todo espaço colonial espanhol por meio da criação de um gigantesco Estado 

José de San Martín: foi o Líder e chefe militar que comandou operações de guerra contra os chapetones e outras forças espanholas na Argentina, no Peru e no Chile. Suas campanhas militares foram fundamentais para a proclamação da independência desses países. 

Miguel Hidalgo: Sacerdote que iniciou o movimento de independência do México com o famoso "Grito de Dolores" em 1810.

Bernardo O'Higgins: Líder da independência do Chile, trabalhou em estreita colaboração com San Martín.

Francisco de Miranda: Precursor da independência da Venezuela e influenciador de Bolívar. 

Nova configuração da América Latina

Consequências

Formação de Novos Países: O processo resultou na criação de vários estados soberanos na América Latina, como Venezuela, Colômbia, Argentina, Chile, Peru, Bolívia e México.

Mudanças Políticas: A maioria das novas nações adotou sistemas republicanos, substituindo as monarquias coloniais.

Desafios Econômicos: As novas nações enfrentaram dificuldades econômicas, muitas vezes agravadas pelos custos das guerras de independência e pela transição do sistema colonial.

Conflitos Internos: Surgiram guerras civis e conflitos regionais, muitas vezes resultando em instabilidade política e ditaduras militares.

Influência Externa: As novas nações passaram a lidar com influências externas, especialmente da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, que buscavam expandir suas influências econômicas e políticas na região.

Mudanças Sociais: A independência trouxe algumas mudanças sociais, mas muitas desigualdades persistiram, e as elites locais frequentemente mantiveram o poder..

Mapa Mentais

Vídeo

Referências

JÚNIOR, Alfredo Boulos. História Sociedade & Cidadania. 5ª Ed. São Paulo: FTD, 2022.

PILETTI, Nelson e ARRUDA, José Jobson de A. Toda a historia: historia geral e historia do brasil. 11ª Ed. Sao Paulo: Atica. 2001 

SASAKI, Fábio Akio. Razão, liberalismo e progresso. Guia do Estudante - História, 7ª Ed. São Paulo: Abril, 2014.

ZOCHI, Paulo. ALMANAQUE Abril 2013. 30ª Ed. São Paulo: Abril, 2013.

https://www.passeidireto.com/arquivo/76167730/america-espanhola-resumo 

https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/independencia-da-america-espanhola.htm 

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